Odeio família.
Tudo, no fim, acaba em não, em briga, em desentendimento,
mesquinharias. Putaria. Cobranças, desaforos, promessas em vão, ajudas cobradas, chantagens, mentiras.
Mágoas.
Arrependimentos, culpas, brigas, ofensas, machucados.
Duas pessoas se juntam em algum momento, com um interesse em comum.
E pimba! Um filho. Que lindo, que beleza que é a maternidade, a mulher dando a luz, gerando um alien dentro do ventre, o marido olhando a bunda da gostosa que não está com a boca inchada nem com cara de cansada pois não precisou se preocupar em qual buraco do colchão poderia encaixar aquela barriga pontuda que dá cistite e gases.
Maravilha.
O filho já vem berrando de dor, puto da vida, sem nem ao menos imaginar que a história só piora. Ao irmão, não agrada, nem um pouco, a idéia de dividir a atenção, os brinquedos, a mãe, o pai, os tios e quem mais ele acreditava ter garantido com o pequeno pacotinho rosado que só chora, faz cocô, xixi e solta pum.
Os bicos do peito da mãe estão rachados, sangrando, e o pacotinho só chora porque não sabe comer de outro jeito. A mãe... bem, a mãe está com os mamilos rachados e sangrando. Precisa mais???
A vó dá palpite, a outra vó critica a papinha, o avô fica jogando o neném pro alto, a mãe entra em crise, o irmão fica meio agressivo na escola, o pai chega tarde em casa do trabalho. A empregada pede aumento, pois agora, são dois bebês, né, dona. Quando eu vim trabalhar aqui, era só a senhora e o seu marido.
No fim, todo mundo se machuca e a mãe tem saudade do bico do peito rachado, o pai, daquela mulher com a boca esbugalhada, a criança sonha em lembrar de como era antes de virar pacotinho, o irmão se pergunta porque deixou de ser filho único. A sogra se pergunta onde o filho estava com a cabeça quando resolveu casar com aquelazinha, a outra sogra tenta entender onde errou na educação da filha para que ela aceitasse dar continuidade à linhagem daquele imbecil.
A empregada já está no sexto filho.
A família linda, no sexto ano de terapia, pra cuidar das culpas.
E viva a diane35, microvlar sem farinha, viva o nuva ring, e tudo que possa ser considerado contraceptivo eficiente.
Fios e atavios no Armazém4
Há 8 anos
8 comentários:
E viva o mercilon conti!
É amiga Fel, como vc eu tb já passei da fase de romantizar a maternidade, o casamento e tal...
Quero paixão, sexo, diversão, viagens, sapatos lindos, vodka absolut e dinheiro pra pagar meu credicard, francamente!
É...acho que tb estou muito bem como estou.
Talvez um dia adote uma criança maiorzinha. Tipo, depois dos 50 anos.
Excelente idéia, Cinira!!!
Quando eu tiver 50 tb adotarei um menino maiorzinho...de uns 18 anos!
hehehehe
hehehehe...
essas duas... parecem parentes!
=P
Fel
Vivam os anticoncepcionais!
Vivam as famílias também!
Voces são loucas de pedra.
Ai, gente, família é uma merda e é bacana.
É assim como Lady Shady e Cinira... Precisamos das duas, né?
Vc tá mesmo mto amarga, Felícia.
Aposto que um lado seu AMA sua família. o outro lado ODEIA, hahahahahaha.
Beijos, amorecos!
É, Felícia, sábias palavras as do grande Machado, escritas pela pena galhofeira de seu Brás Cubas: "Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria."...
Um beijo no seu coração.
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