domingo, 13 de dezembro de 2009

Casais são todos iguais!

Viajei por aí. Mundo a fora. Como presto muita atenção nas pessoas todas, é claro que observei todos os homens e mulheres pelos países por onde andei.
Em alguns, percebi que têm pessoas mais bonitas, mais bem vestidas, com ar mais altivo, mais independente talvez, do que em outros. Por outro lado, têm outros povos que são mais descontraídos, mais alegres, mais simpáticos, mais amáveis.
E, assim, fui observando as diferenças de culturas, de molejos, de sorrisos, de tudo! E, é claro, como uma comandante da trompa de elite prestei a maior atenção nos casais!
E os casais são iguais no mundo todo. Quando estão apaixonados é lindo de se ver. Abraços e beijos públicos, carinhos, olhares sedutores em pleno museu, conversas ao pé do ouvido nos restaurantes... Tudo lindo! E quando o amor está em fim de linha, também é a maior bandeira! A gente percebe logo pelo mau humor na discussão por causa da compra na loja, da obra de arte que um gostou e o outro odiou, no silêncio abissal durante o jantar inteeeeeeiro... Enfim, não importa a língua, a geografia, a religião, a história do povo que carregam nas costas. É tudo igual!!!
O que vale mesmo é o ser humano, o mundo e o contexto histórico em que estamos todos inseridos. Ainda carregamos lá e cá a fantasia do amor romântico, do amor eterno, do ciúme, das traições... Encasacados pelo frio de 5° ou desnudos pelo calor de 40°, todos encontramos um jeito de sermos sedutores e de realizarmos nossas conquistas. Ou de chorarmos o amor perdido. Ou de sofrermos pela solidão. Ou festejarmos a felicidade plena de um encontro.
Agora, de uma coisa eu tenho certeza. Há muitos anos que eu já sei que o povo italiano é lindo, que o francês é chiquérrimo, que o português é super simpático, que o cubano é incrivelmente brejeiro, mas que me perdoem todos os povos do mundo e sem nenhum ufanismo, nada se compara a morenice do povo brasileiro. Arrasamos em sensualidade!!!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O estranho mundo das dores do amor

Embora eu ouça e veja tanto sobre o assunto, não sei o que é sofrer por amor. Eu mesma já fiz sofrer muito. Obviamente, já quis que alguns relacionamentos durassem mais do que duraram, mas isso não povoou meus pensamentos por mais de algumas horas. Entendo que relação é uma coisa de dois e, se um não quer, acabou pra ambos, ponto.

A tal história do vazio no peito, do nó na garganta, do chorar no banho ou no travesseiro até adormecer de cansaço... não sei o que é. Respirar fundo ao botar a mesa com um lugar a menos, sentir a dor da cama vazia, perder-se nas horas soluçando em fotos da última viagem feliz... desconheço. Sentir um aperto quando o time do ex-amado vai pra final do brasileirão, marejar os olhos com a proximidade do Natal, sentir dor física de saudades por não poder compartilhar certos medos... nossa, é tudo muito triste! Mas eu só conheço da dor dos outros. Nunca a minha.

Porém, essa é uma incapacidade da qual não me ressinto. Experimento, sim, certa sensação de curiosidade. Na verdade, meu maior interesse é entender as razões que me levam a ser dessa maneira. O raciocínio mais direto é supor que só quem nunca amou de verdade pode jamais ter sofrido por amor. Bem provável ser esse o meu caso. Mas, então, ao menos dessa lacuna eu não deveria me ressentir? Tô nem aí...

Toda vez que uma amiga cai em prantos, deprimidíssima com um problema dessa natureza, ponho-me a refletir sobre o assunto. A dor da querida me comove, pois acredito que seja genuína. Porém, não entendo como essa perda possa roubar, simplesmente suprimir, a alegria, o brilho de pessoas tão especiais. Tenho amigas inteligentes, atraentes e generosas que já se sujeitaram às situações mais bizarras. E mesmo tendo plena consciência disso, o fim da relação foi, para elas, como experimentar uma espécie de morte. Já vi lutos tão tristes, mas tão tristes, que era quase possível tocar naquela dor tão intensa. Nesse momento, não consigo me conter e junto à compaixão, sinto-me invadir por uma enorme sensação de estranheza. Tá, tudo bem, toda relação tem seu algo bom, mas, se acabou, acabou, cacete! Shit happens, então, bola pra frente que a fila anda!

Comigo funciona quase como um ato reflexo. Se um homem não me quer ou me quer diferente (o que dá mais ou menos no mesmo), perco absolutamente o interesse. E o mais engraçado é que, invariavelmente, o efeito dessa reação é o sujeito me querer mais do que nunca. Só que, uma vez quebrado o (quase) encanto, quanto mais eles ficam fascinados, tanto mais aumenta meu enfado. É como uma fórmula certa. A má notícia é que só funciona pra quem não precisa usar.

Voltando às amigas, confesso que às vezes sinto culpa. Tenho ganas de sacudi-las, de estapear-lhes as fuças, dizendo: “Dê-se ao respeito, pooooooooooooorra! Tenha vergonha nessa caaaaaaaaaaara!” Mas isso é algo que nunca fiz ou farei, pois não vou desrespeitar um sentimento apenas por não conhecê-lo. Dou colo, ombro e carinho. Mas que eu acho tudo muito estranho, isso eu acho.