quarta-feira, 26 de maio de 2010

Caídos, gastos, uns vendidos, uns bolhas.




Picadinho de Macho
Sandra de Sá
Vamos deixar esses caras de quatro
Mostrar que esses ratos não passam de patos
Espalhar que eles andam caídos
Rotos e gastos como velhas galochas
Vamos dizer que são bichas, brochas
São uns vendidos, uns bolhas, um saco!
Malhar o Judas, vou lá capar o macho
Que a meta é se vingar
Malhar o Judas, vou lá capar o macho
Sangue e salada no almoço e jantar
São uns bolas, caretas, xaropes
Tá pronto o barraco
Vamos armar picadinho de macho
Eu acho que não dá pra escapar
Porque nós vamos pegar pra capar
Vamos cobrar, e não vai ser barato
Fazer esses trapos de gato e sapato
Exibir como ficam perdidos
Sem nós, mulheres, pra tomar conta deles
Vamos dizer que são rudes e reles
Sub-dalas, trouxas, oh mala!
Metidinhos, marrecas, capachos
Tá temperado o picadinho de macho
Ah... Sentiu a pressão, malandro?

terça-feira, 11 de maio de 2010

(des)Amor

Não à toa aquele velho amor voltou a atormentá-la. Ou melhor, voltou a rondar sua cabeça, a persegui-la nas ruas, quando vê seu rosto em todas as pessoas. Seu amor nunca foi embora. Nem com todas as palavras duras, com todos os telefones desligados, os e-mails não respondidos, nem assim ela deixou de amá-lo. Um só dia. Nem assim. Uma mágoa gigante foi crescendo, uma dor profunda se acumulou no peito, mas o amor se recusou a ir. Simplesmente ir. E volta e meia ele está ali. Talvez pela força do início, pela cumplicidade, pelos corpos que não desgrudavam, pelas brincadeiras que só os dois entendiam... Só assim. Mas ninguém ama sozinha a vida toda. Em algum momento desse longo caminho esse elo será perdido. Saudavelmente desfeito. Para que ela se reencontre inteira. Aí sim.