terça-feira, 11 de maio de 2010

(des)Amor

Não à toa aquele velho amor voltou a atormentá-la. Ou melhor, voltou a rondar sua cabeça, a persegui-la nas ruas, quando vê seu rosto em todas as pessoas. Seu amor nunca foi embora. Nem com todas as palavras duras, com todos os telefones desligados, os e-mails não respondidos, nem assim ela deixou de amá-lo. Um só dia. Nem assim. Uma mágoa gigante foi crescendo, uma dor profunda se acumulou no peito, mas o amor se recusou a ir. Simplesmente ir. E volta e meia ele está ali. Talvez pela força do início, pela cumplicidade, pelos corpos que não desgrudavam, pelas brincadeiras que só os dois entendiam... Só assim. Mas ninguém ama sozinha a vida toda. Em algum momento desse longo caminho esse elo será perdido. Saudavelmente desfeito. Para que ela se reencontre inteira. Aí sim.

5 comentários:

Lelê disse...

Lembrei os versos do Antonio Cicero:

Você habita o próprio centro
De um coração que já foi meu
Por dentro torço pra que dentro
Em pouco lá só more eu


Lindo, lindo texto, Layla!

Simone Couto disse...

não sei, acho que morreremos todas com os nossos amores ainda dentro de algum lugar dentro de nós. Os amores não morrem, adormecem pelo tempo que desejamos.Muitas vezes desejamos a eternidade, não é mesmo?

carol disse...

Eu acho que morrem. Ou vão para bem longe, pralgum lugar fora de vista. Prum calabouço muito bem vigiado. E aí o amor se volta para outra janela.

Aureliano Mailer disse...

Layla,
Só li hoje e gostei muito.
Se voce largasse essa trincheira feminista eu gostaria de encontrá-la.

Rebecca Leão disse...

Eu já me senti assim tantas vezes, por aquele amor que virou fantasma e acabou se refeltindo em tudo e em todos em qualquer caminho... pior foi saber que ele casou com a ex-mulher do seu ex-melhor-amigo. Bizarro! Bjs