domingo, 28 de março de 2010

Urgência

Eu queria descrever como me sinto para ele. Eu queria que ele entendesse exatamente o que se passava dentro de mim. Então pensei em imagens. Várias. Me ensinaram assim: uma imagem vale mais que 1000 palavras (por isto até parei de escrever os números). Escolhi uma. Se um sujeito entrar aqui e me disser que amanhã, pela manhã, o mundo vai se acabar, uma bomba nuclear explodirá sobre a minha cabeça. E a sua... Nem assim, meu bem, nem assim me levantarei, escolherei minhas fotografias mais caras, aquele brinco, herança da minha avó, passaporte. Não farei as malas. Ficarei onde estou: deitada nesta cama. No máximo abrirei o papel da bala na mesa de cabeceira e a degustarei, distraída, antes de encontrar a morte. Amanhã, meu bem, não haverá explosão. As fotografias continuarão no fundo da gaveta, ele me dirá. Deve ser os meus hormônios, ou quem sabe um sonho ruim que já não me lembro mais. No fundo, eu nunca fui boa com imagens. Eu devia ter sussurrado: Socorro. Eu devia ter acreditado na minha salvação através desta palavra solitária.

3 comentários:

Renata Born disse...

Ah, Juju... não adianta tentar descrever... eles não entendem.

Anônimo disse...

Pois é, Renatinha, infelizmente vez ou outra a gente precisa deles...e nem assim...


bjs, Ju

Layla Tom disse...

Juju, não sei se tem alguma coisa poderosa pra fzê-los entender. Se descobrir me avisa?
Pra mim, até agora, nem assim...
Saudade!