domingo, 13 de dezembro de 2009

Casais são todos iguais!

Viajei por aí. Mundo a fora. Como presto muita atenção nas pessoas todas, é claro que observei todos os homens e mulheres pelos países por onde andei.
Em alguns, percebi que têm pessoas mais bonitas, mais bem vestidas, com ar mais altivo, mais independente talvez, do que em outros. Por outro lado, têm outros povos que são mais descontraídos, mais alegres, mais simpáticos, mais amáveis.
E, assim, fui observando as diferenças de culturas, de molejos, de sorrisos, de tudo! E, é claro, como uma comandante da trompa de elite prestei a maior atenção nos casais!
E os casais são iguais no mundo todo. Quando estão apaixonados é lindo de se ver. Abraços e beijos públicos, carinhos, olhares sedutores em pleno museu, conversas ao pé do ouvido nos restaurantes... Tudo lindo! E quando o amor está em fim de linha, também é a maior bandeira! A gente percebe logo pelo mau humor na discussão por causa da compra na loja, da obra de arte que um gostou e o outro odiou, no silêncio abissal durante o jantar inteeeeeeiro... Enfim, não importa a língua, a geografia, a religião, a história do povo que carregam nas costas. É tudo igual!!!
O que vale mesmo é o ser humano, o mundo e o contexto histórico em que estamos todos inseridos. Ainda carregamos lá e cá a fantasia do amor romântico, do amor eterno, do ciúme, das traições... Encasacados pelo frio de 5° ou desnudos pelo calor de 40°, todos encontramos um jeito de sermos sedutores e de realizarmos nossas conquistas. Ou de chorarmos o amor perdido. Ou de sofrermos pela solidão. Ou festejarmos a felicidade plena de um encontro.
Agora, de uma coisa eu tenho certeza. Há muitos anos que eu já sei que o povo italiano é lindo, que o francês é chiquérrimo, que o português é super simpático, que o cubano é incrivelmente brejeiro, mas que me perdoem todos os povos do mundo e sem nenhum ufanismo, nada se compara a morenice do povo brasileiro. Arrasamos em sensualidade!!!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O estranho mundo das dores do amor

Embora eu ouça e veja tanto sobre o assunto, não sei o que é sofrer por amor. Eu mesma já fiz sofrer muito. Obviamente, já quis que alguns relacionamentos durassem mais do que duraram, mas isso não povoou meus pensamentos por mais de algumas horas. Entendo que relação é uma coisa de dois e, se um não quer, acabou pra ambos, ponto.

A tal história do vazio no peito, do nó na garganta, do chorar no banho ou no travesseiro até adormecer de cansaço... não sei o que é. Respirar fundo ao botar a mesa com um lugar a menos, sentir a dor da cama vazia, perder-se nas horas soluçando em fotos da última viagem feliz... desconheço. Sentir um aperto quando o time do ex-amado vai pra final do brasileirão, marejar os olhos com a proximidade do Natal, sentir dor física de saudades por não poder compartilhar certos medos... nossa, é tudo muito triste! Mas eu só conheço da dor dos outros. Nunca a minha.

Porém, essa é uma incapacidade da qual não me ressinto. Experimento, sim, certa sensação de curiosidade. Na verdade, meu maior interesse é entender as razões que me levam a ser dessa maneira. O raciocínio mais direto é supor que só quem nunca amou de verdade pode jamais ter sofrido por amor. Bem provável ser esse o meu caso. Mas, então, ao menos dessa lacuna eu não deveria me ressentir? Tô nem aí...

Toda vez que uma amiga cai em prantos, deprimidíssima com um problema dessa natureza, ponho-me a refletir sobre o assunto. A dor da querida me comove, pois acredito que seja genuína. Porém, não entendo como essa perda possa roubar, simplesmente suprimir, a alegria, o brilho de pessoas tão especiais. Tenho amigas inteligentes, atraentes e generosas que já se sujeitaram às situações mais bizarras. E mesmo tendo plena consciência disso, o fim da relação foi, para elas, como experimentar uma espécie de morte. Já vi lutos tão tristes, mas tão tristes, que era quase possível tocar naquela dor tão intensa. Nesse momento, não consigo me conter e junto à compaixão, sinto-me invadir por uma enorme sensação de estranheza. Tá, tudo bem, toda relação tem seu algo bom, mas, se acabou, acabou, cacete! Shit happens, então, bola pra frente que a fila anda!

Comigo funciona quase como um ato reflexo. Se um homem não me quer ou me quer diferente (o que dá mais ou menos no mesmo), perco absolutamente o interesse. E o mais engraçado é que, invariavelmente, o efeito dessa reação é o sujeito me querer mais do que nunca. Só que, uma vez quebrado o (quase) encanto, quanto mais eles ficam fascinados, tanto mais aumenta meu enfado. É como uma fórmula certa. A má notícia é que só funciona pra quem não precisa usar.

Voltando às amigas, confesso que às vezes sinto culpa. Tenho ganas de sacudi-las, de estapear-lhes as fuças, dizendo: “Dê-se ao respeito, pooooooooooooorra! Tenha vergonha nessa caaaaaaaaaaara!” Mas isso é algo que nunca fiz ou farei, pois não vou desrespeitar um sentimento apenas por não conhecê-lo. Dou colo, ombro e carinho. Mas que eu acho tudo muito estranho, isso eu acho.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Quando tudo se transformou em não

Tristeza, mau humor, tpm, o nome é o que menos interessa. Dias intragáveis, difíceis, cansativos.

Trânsito, chefe, prazo, gato, grana, náite, tudo errado, mas encaro esquivas e negativas silenciosamente. Minha atividade é observar quieta o medo que paralisa o outro, que o impede de seguir adiante. Nenhum passo a frente, alguns para trás. Se não estou autorizada, não prossigo, sou educada. Recuo sem revide nem revanche, sem xingamento nem barraco. Engulo e engasgo, tudo fica retido no esôfago. Não há manobra capaz de liberar a passagem do ar. Vermelha, roxa, cinza. Muda.

Muda, muda.

Escuridão completa. Fecha o pano.

Saio de cena. Fim do primeiro ato.

domingo, 15 de novembro de 2009

500 dias com ela... E 1.000 nós na cabeça dos homens!!!


Ela é uma mulher como todas as mulheres do mundo. Não é especialmente bonita, não é radicalmente estilosa, não é uma fodona profissionalmente... É uma mulher independente. Quer viver sozinha, fazer suas escolhas. Ser livre!!! Sem se apegar necessariamente a ninguém em especial. Quer sair, ficar com um cara maneiro, dormir com ele e... só! Mas o cara... Ah! O cara quer namorar, ficar xuntinho, quer fidelidade, promessas e carinhos sem ter fim. E sofre, e pede, e fica atrás. Ai, esses homens carentes! Gruda, faz cara de pedinte. É fofo, mas ela não quer isso e o sujeito não etende!!!
Bom, não vou contar o filme. Mas o engraçado é que os homens estão detestando a história! Por que será? Gente, em que mundo vocês vivem? Aloou!!!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Customize-se!

Nesta onda de criar sua própria moda, vejam o que fez uma leitora do Comando...

Ela transformou um ícone do vestuário masculino, um símbolo de masculinidade, numa peça de roupa feminina. E vejam que inusitado: ao transpor o item do guarda-roupa do homem pro da mulher, o que antes protegia um pênis passa a cobrir peitos!

Imagina, você está na casa do namorado e pensa em ir direto pra academia, dar uma corridinha, qualquer coisa assim. Está com a mochila arrumada e tudo o mais. Antes de sair, dá aquela conferida na bolsa, pra ver se está tudo lá. Opa, cadê o top? Esqueceu? Vai deixar de malhar por causa disso? --ni--não. Você tem o armário do gato, mais especificamente a gaveta de cuecas. Escolha uma que não esteja detonada demais e, com uma tesoura, customize-a, transforme-a. Mas atenção! Você só deve cortar o fundo, tomando cuidado pra não estragar os elásticos que farão as vezes de alças. E lembre-se de que o formato do recorte vai depender do tipo de decote que você desejar.

Top-cueca. Brilhante! Desde A Fonte de Duchamp não vejo nada tão excepcional.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Comandantes, tirem seus lencinhos da gaveta! É dose...dupla.




A Arte de Desencantar

Tudo nasceu do olhar indireto entre eles—ele não via que ela o mirava através das lentes sujas. Ela nem sabia que ele a olhava pelo opaco líquido sobrando dentro do copo. Estavam ambos perdidos em noite suja. Não a noite de Plínio Marcos. A sujeira da noite dos dois era puramente lírica---amores mal resolvidos, livros nunca escritos, punhos que não foram cortados por conta de outros amores, estes, mais avassaladores.

Apesar de não saberem que se viram antes do momento-agora, sentaram-se à mesma mesa, sincronizados. Ele não a convidou nem ela se ofereceu ao encontro. Aconteceu. Ela tirou as lentes e ele moveu o copo para o lado. Ele cruzou a perna em direção à ela, e ela respondeu o gesto virando o seu corpo para ele. Ele não notava que a desejava já, com as pernas. E ela, reciprocamente, com o corpo completo. Ficaram assim, fumando juntos, rindo juntos, se descobrindo juntos. O desejo entre eles era natural. Falaram dos casos mal resolvidos e dos livros. Tiveram vontade, mas faltou-lhes coragem de visitar os cômodos febris da memória, onde vivem os fantasmas dos que mereciam um ato estólido de amor.

Também falaram da infância... meu Deus, tão iguais. Da feiúra na adolescência e de ambos debandes. Beberam, fumaram, riram risos tímidos. A madrugada foi caindo pesadamente sobre a mesa, sobre suas pálpebras. Levantaram-se e caminharam lado a lado na mesma direção porque ele alterou o próprio percurso para que coincidisse com o dela. Ela vagarou o passo e ajustou-o ao dele. Depois foi só silêncio. E orvalhada.

Prometeram-se cartas e telefonemas, e só. Vê-la seria errar por completo. Ela queria tanto que ele garantisse um novo encontro. Pela primeira vez, discordavam. E daí pra frente foi só desencontro. Ele escrevia, não como deveria escrever quando se escolhe amar pela metade. Eram doces suas frases, como gosto da carne de um caqui onde já não há vestígios do sabor adstringente das frutas imperfeitamente amadurecidas. Ela respondia, quase rasgando os pulsos e deixando correr o sangue morno. Ele cantava para ela, mesmo desafinado. Ela pintava pra ele. E repintava insistentemente o mesmo objeto, não buscava o fim. Preferiam o futuro truncado. Ele, passava os dias sonâmbulo, distraído em delicadezas, ela galopava entre avalanches de sesações-memórias e desejos de Adão. Pela noite, ela não sonhava e sim acumulava pesadelos—ele se partindo ao meio, ela o costurando, ele sangrando, ela o secando. Quando ela finalmente sonhava, quisera avidamente serem estes os sonhos de premunição, ele não os via. Quando ele ligava, ela sempre ocupada. Quando ela retornava, já era madrugada. Ele, entocado e ela, coração avivado.

Até que um dia ele sumiu. Era um homem que acumulava nãos. Ela, que era toda sim, ainda escrevia, procurava. Ele? Ela já não mais sabia. Sentou-se à janela. Dia após dia, rescreveu os versos dele, a imagem dele, a voz dele—em páginas tristes, em telas virgens, em melodia de voz muda que corre desvairadamente dentro da cabeça. Na poeira acumulada no vidro, ela rabiscava o próprio fado. Depois apagava tudo. Esvaziava a alma. Miúdo, oco e frágil como casa abandonada de pássarinho, seu coração se encheu de revolta sem fim. Era fato: o mundo era repleto de meio-homens, minotauros dos tempos modernos, presos em seus labirintos de medo, cegos por suas fragilidades, devorando suas presas através da arte do desencantamento. Ela secou a cara, rasgou as cartas, cuspiu nas telas e apaziguou o próprio infortúnio prometendo a si mesma, ser mais sagaz. Escreveu outras estórias. Desde então passou a enxergar o outro cara-a-cara. Olho-no olho. Desde de o primeiro olhar.


segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Meninas do Comando:

Vasculhando imagens de heroínas como a gente, encontrei estas Amazonas— guerreiras, maravilhosas, poderosas. Se alguém tiver sugestão melhor, sou bem democrática e nada apegada.


Tenho outra sugestão depois de ver o comando no twitter: colocar este fundo em rosa-pink-shock e as letras em branco. Aliás já mudei, se odiarem, voltamos ao lavanda bebê.

Boa semana para todas!

Bjs,
Juju Delfin.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Eu, Sigourney Weaver


“Na juventude, você aprende. Na maturidade, você entende.”
Quem tá no meio do caminho, só olha, estarrecida...


Tem uma pessoa dentro de mim.
Acho que vale repetir a frase com a devida ênfase: tem uma PESSOA dentro de mim.
Voltemos ao início: papai plantou uma sementinha dentro da mamãe. Essa sementinha entrou em um ovo e virou um bebê.
Ah, tá. E a gente, que é grande e sabido, explica isso para as crianças como se fizesse muito sentido.
Tentemos novamente:
Um óvulo, que normalmente sangra depois do mau humor + um espermatozóide, que até onde eu entendo é uma espécie de girino = um SER HUMANO. Um conjunto de orgãos que fecha os olhos e sonha. Que pensa e dá risada. Que ama.
Lógico. Tudo muito natural. Analisado e provado pela ciência.
Que vergonha, gente, ficar repetindo essa baboseira como se não fosse um mito como outro qualquer...
Que as meioses e mitoses da vida possam ir se dividindo e multiplicando as células, eu nem duvido não. Mas uma pessoa é muito mais do que tecidos, células e fluxo sanguineo.
É uma vida. É uma alma. Um suspiro.
É, na ausência de uma palavra menos carregada, um milagre.
Sem conotação religiosa que yo no lo creo en brujas...
... pero que las hay, las hay.
Eu não acho que exista um responsável por isso.
E, sinceramente, acho um desgaste inútil tentar descobrir.
Mas nunca nada me pareceu tão mágico.
...
Não sei o Bruno, mas se a Nina vier me perguntar da onde vêm os bebês, eu vou dizer que é pó de pirlipimpim.

(Eu sei. Eu devo ser a única pessoa no mundo que nunca pensou a esse respeito mas essa sou eu: Pedro Bó até que eu mesma me prove o contrário.)

Bom pra mim, melhor pra você.

Troço curioso esse da aparência! É como naquela réplica modesta ao elogio formal da beleza: “São seus oooooooooolhos!” E normalmente são mesmo. Veja o meu caso. Minha aparência não tem qualquer impacto aos olhos das mulheres. Sou daquelas que não desperta mais do que a indefectível escaneada feminina cabelo-roupa-sapato. Aos olhos masculinos, entretanto... Não é que eu tenha um conjunto tão especial, sabe? Possuo senso estético apurado e autocrítica irretocável para que essa noção me escape. Mas o fato é que sou dotada de dois atributos que despertam a libido masculina. Digamos que eu poderia responder diferentemente ao tal elogio: “É seu paaaaaaaaau!”

Na verdade, estou sendo pouco precisa. Sei exatamente o que atrai no meu conjunto, minha bunda e minha boca. Minha boca e minha bunda. A ordem depende se estou indo ou vindo, mas o efeito é sempre o mesmo. Só a forma masculina de manifestação da, digamos, admiração por esses atributos é que difere. Ela varia de acordo com quesitos como discrição, elegância, nível de testosterona, etc.

Felizmente, a genética me presenteou com uma terceira característica interessante. Essa não costuma estar associada às duas primeiras, o que me cobre de vantagens. Sou inteligente bagarai.

Mas fique tranquilo, amigo leitor. Isso não é prefácio pra frase “meu único defeito é que sou muito modesta”. Essa eu deixo para aquelas camisetas divertidas que se vê por aí nas meninas descoladas. Até porque sei muito bem dos meus muitos pontos fracos. Como disse, minha autocrítica é irretocável. Neste blog, estou sendo simplesmente sincera. Sou gostosa e inteligente, o que me leva a tratar esse assunto em tom quase confessional. Afinal, nenhuma mulher inteligente sai por aí alardeando que é gostosa. Donde se conclui que elegância tem tudo a ver com inteligência. Humm... vou sugerir essa frase pra alguma daquelas camisetas.

Não sei bem ao certo quando descobri esses poderes. Mas estimo que lá pros 12 aninhos os efeitos do trio boca-bunda-cérebro tenham começado a se manifestar sobre os homens. Foi mais ou menos a época em que a cintura foi afinando, a calça jeans recheando e eu descobrindo o batom cor de boca. É, o gloss veio bem depois.

Na verdade, os poderes do cérebro só vieram a ser mais bem explorados a partir dos 16. Obviamente, só pegava homem mais velho, o que aumentava ainda mais a aura sobre mim. As garotas desdenhavam “Não sei o que eles veem nela”. Os colegas de classe invejavam “Putz, o cara tem carro! O que eu não faria com aquela boca e aquela bunda dentro de um carro!”. O cérebro ajudava também a lidar com o desdém feminino. Apesar de saber que, no fundo, todas me odiavam, sabia que todas queriam ser eu. De alguma forma, isso se manifestava em magnetismo pessoal. Sei lá, acho que é o tal carisma.

Quanto aos homens mais velhos, eu sabia levá-los direitinho no bico, ou melhor, na boca. Não que fosse simples, mas era justamente o desafio que me instigava. No fim, estavam sempre todos rendidos. E eu, desinteressada.

E cá estou eu agora, cheia de histórias pra contar sobre uma vida muito interessante. Sou Cecília Kiddo, a mais nova comandante do pedaço. Comandar está no meu sangue. Acho que vai ser bom pra mim. E será melhor ainda pra você!

domingo, 18 de outubro de 2009

Eu vos declaro...

Eu não falo sobre o amor. Não gosto dele. Incomoda esse palco montado para duas pessoas. Prefiro a cama, sempre preferi. Acho que desde cedo via o travesseiro como lugar de deitar cabeça ou como objeto de calço de quadril para a foda vir com mais encaixe; nunca como o forro para as alianças atravessarem o altar. Acho feio, fedorento, sem sal, morno, castanho, esse tal amor.

Hoje ouvi o padre dizer que o perdão é fundamental; e que um casal deve sempre se perdoar entre si; fazer do perdão um exercício constante. E isso, depois de narrar toda aquela beleza do que deve ser o casamento: fidelidade, companheirismo, cumplicidade. Eternidade. Mas com perdão constante. Perdoe com regularidade, vacile com moderação. Não entendo, é conflitante. Como assim, Bial?

Acredito, no entanto, que ele exista, o amor. Já esbarrei com ele algumas vezes: fugi, me entreguei, repeli, afastei, mas o vi. Tateei, experimentei. Também fui cúmplice de alguns, espectadora de outros, torci por muitos, temi outros tantos - alheios e meus. Acho que ele nos rodeia, ele is in the air, como diz a música repetitiva.

Desconfio, em negrito, de algumas embalagens que, muitas vezes trazem, em seus tafetás, rendas e drapeados, pessoas compromissadas, geladas, duras, fiéis, adoradoras, sorridentes. Desconfio que mesmo com tanta devoção, não sejam amantes, companheiras, carinhosas, divertidas e legais. Entre si.

Transito entre amantes, convivo com maridos, mulheres, namorados, apaixonados embrulhados em papéis tão mais leves, tão menos brilhosos (mas não menos brilhantes: que fique claro), menos caros e tão mais amores, mais juntos, mais sorriso aberto. E a sensação de ver essas mãos dadas e cabeças encostando uma na outra me leva a um suspiro silencioso, interno: ufa.

O amor existe, está no ar, é celebrado, fica contente, se balança, se encontra. O amor goza, grita, geme, dorme e ronca, beija e abraça, dá tempo e sente saudade. O amor é vivo e como a gente é vivo e fica doente, o amor passa por poucas e boas: leva tombos, anda para trás, expira interrogações, dá medo. E ainda assim, pulsa. O coração tá lá batendo, a informação continua sendo enviada ao cérebro. A vida continua e ele espia tudo, sabe onde entrar, quando entrar, o que fazer, como andar e que roupa vestir.

O amor muge, dá leite, deita e dorme. Alimenta, traz pesadelo, faz adoecer, oferece cafuné e fica mudo.

Eu, normalmente, não falo sobre o amor.

sábado, 17 de outubro de 2009

Longe do cu do mundo

Eu tive um grande amor. Vivemos felizes por longos anos, compartilhamos certezas, desejos, sonhos, ambições. Acreditava na velhice junto a ele; ele, o meu sapato velho; a senilidade incapaz de nos separar. Nada poderia nos afastar.

Mas, caso do acaso, ele se apaixonou por outra. Conheceu uma moça ótima, aproximou-se dela, criou outras identificações e sintonias, e começou a me desamar. Eu, o ex-amor. Mas acontece, eu sei, é a vida, e é bonita. Todos somos passíveis de viver um novo amor, talvez melhor que o anterior, mais pleno. Eu, você, qualquer um. Não adianta tentar blindar o coração. Quando a paixão chega, não há como resistir ao seu ataque. É arrebatador, você não consegue se proteger: o amor, quando acontece, a gente esquece logo que sofreu um dia e se entrega. Todos os mecanismos de autopreservação são desativados.

Nessa história, eu sobrei e levei um solene pé na bunda. Não foi fácil, chorei, me despedacei. Quase enloqueci, quis argumentar, pedi a ele para ficar, mas depois, como era de costume, obedeci. Fui embora com meus sonhos destroçados.

Mas, sabe, até um pé na bunda faz você andar para frente. E agora estou refeita. Renata, renascida, está no meu nome, essa sou eu. Uma mulher que não tem vocação para tristeza, que reconhece a queda e não desanima.

E há pouco o noticiário televisivo confirmou: eu não poderia estar em lugar e momento melhor. A casa em que ia viver com meu ex está no meio de fogo cruzado. A guerra urbana dispara balas perdidas no quintal que seria meu, mas hoje é da minha sucessora.

Eu escapei do cu do mundo.



O cu do mundo
Caetano Veloso

O furto, o estupro, o rapto pútrido
O fétido seqüestro
O adjetivo esdrúxulo em U
Onde o cujo faz a curva
(O cu do mundo, esse nosso sítio)
O crime estúpido, o criminoso só
Substantivo, comum
O fruto espúrio reluz
À subsombra desumana dos linchadores

A mais triste nação
Na época mais podre
Compõe-se de possíveis
Grupos de linchadores

sábado, 10 de outubro de 2009

A nossa canção

Andamos por aí. Encontros imprevistos, caminhos atravessados, rotas paralelas. Sabores muito parecidos e outros muito diferentes. Gostos que nos aproximam e nos afastam. Tantas coisas que nos distinguem e, por isso, despertam o interesse de um pelo outro. Ainda não sei muito dele, nem ele muito de mim. Há terrenos preservados, e há espaços que não quero invadir. Há lugares que ele prefere não conhecer. Sabemos do outro o suficiente pra gostar. E pra querer estar junto do jeito que dá pra ser. Mas, muitas vezes, não dá pra ser. E, nos dias de chuva, em que a água lava a janela e as lágrimas, o meu rosto, sinto falta do abraço dele. Sou acolhida então pela melodia da canção romântica que outro dia embalou nosso beijo.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Eu te espero, vem!

Tem sim, tem muito de mim aí dentro. Não negue, não faça assim. Foi tanto tempo, tanto amor, tantas pernas entrelaçadas, tantas roupas misturadas, tantos segredos, tanto cabelo puxado na hora do tesão. Erramos, claro! Mas não merecemos tudo isso. Estou com a boca seca, queria me olhasse de verdade e aceitasse tudo o que explico, o que escrevo, o que repito. Você não escuta, não entende. Mas nem raiva eu consigo ter de você. Tenho sim, uma amargura, uma falta, uma dor no peito que não me deixa. O nome disso é sofrimento. Porque eu sei que não conseguiremos jamais nos esquecer. Não adianta todas as histórias que me conta, porque sei que em todas eu estou presente de alguma forma. E você está nas minhas. A verdade é que estaremos sempre esperando um ao outro. Estaremos sempre esperando o momento em que o outro se desarmará e esquecerá o ciúme, o orgulho, a mágoa e o arrependimento de não ter levado as malas pro fusca lá fora.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Declaração de amor

Eu gosto da vida. Gosto mesmo. Ela bate, machuca, escarnece, derruba até, mas tudo bem: a gente levanta e segue adiante. Ela, a vida, na verdade é camarada. Como um amigo metido a engraçado, às vezes chato e sem graça, mas de que a gente gosta. E nada melhor do que uma sexta-feira para esse tipo de declaração de amor. É um bom dia pra a gente entender a brincadeira, vê-la piscar com um só olho e pensar: "Sacana!". Aí a gente ri com ela e diz: “Tudo bem. Eu gosto de você”. Os amigos que me leem, os que nunca tomarão conhecimento do que escrevo, os que não me toleram, abraço a todos neste fim de sexta-feira, nesta trégua redentora que vem no ventre e se alastra no vento eletrificado de toda sexta-feira.
Um beijo no coração. Do mundo.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O surto

Durante o último mês tive dezenas de idéias sem acento para escrever por aqui.
Desenvolvi uma série de questionamentos sobre o pó de pirlimpimpim metafísico que cria uma vida a partir do nada, fiz uma teoria pululante sobre o valor do homem suburbano e, cada vez mais, tenho vontade de escrever sobre o tempo.
Mas é justamente a falta dele que me deixa aqui, apertando teclas, dando comandos e soluçando substantivos engasgados.
E com pressa, me despeço, a beira de um ataque histérico.
to be continued...

domingo, 13 de setembro de 2009

NA TRILHA DO COMANDO ROSA

MENINOS frequentadores deste blogue...esta canção é pra vocês!

Com carinho,
As Comandantes


sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A voz mudou

Eu tive um amor.
Um amor não.
Tive um amor, misturado com paixão, com tesão, com raiva, com vontade de não desgrudar, com ciúme...
Ai, com tudo que a gente sonha a vida toda.
Esse amor era escandaloso em tudo.
No jeito de falar. De atender o telefone.
De rir. De brigar.
Quando estava perto, tudo mudava. Tudo se agitava.
Os braços sempre em movimento.
A cabeça balançava.
Sorriso escancarado.
E a voz... Um caso a parte.
Sempre muito alta.
Quando ligava para o seu celular, invariavelmente, desligava rindo.
O recado não era alto.
Era gritado.
E eu achava isso maravilhoso.
Era a cara dele! E eu amava tudo o que vinha dele.
Só que nos separamos.
E ele se apaixonou por uma outra mulher e resolveu mudar algumas coisas.
Radicalmente.
Porque alguns padrões, exatamente os que eu não gosto, continuam iguaisinhos...
Dia desses precisei falar com ele um assunto importante.
Ele não atendeu. Deixei um recado.
Faz parte do seu novo modelo de vida falar baixo, ser mais contido.
Sua voz no celular era baixinha.
Tão educado! Mas tão diferente daquele homem lindo que conheci!
Por um momento fiquei triste.
Depois, morri de rir!!!

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Cuidado! Praga de mãe, cola.

Quando virei adolescente minha mãe me confidenciou algumas dicas de como prender um homem: entre elas a de nunca urinar de porta aberta na frente um do outro. No meu primeiro relacionamento de verdade, estava decidida a seguir a recomendação materna. Mas foi o meu parceiro quem na manhã seguinte ao juntarmos as trouxas, tirou uma bacia de plástico do armário do banheiro, encheu-a de água morninha e sentou-se nela. Tudo explícito. Não guardei muitas memórias depois do fim da relação, mas aquela cena matinal, ficou marcada.

Com o segundo, eu fui logo falando, "por favor não urine na minha frente porque me faz perder o tesão. Vale tudo, sexo oral, masturbação, pornografia, menos ter que te ouvir urinando. " Tadinho, ele aprendeu a fazer xixi na lateral interna do vaso sanitário pra não perturbar o silêncio da casa. Notei que começou a beber menos água, a pele foi ressecando aos poucos, já nem transpirava tanto. O coitado um dia não agüentou, chegou bêbado em casa após uma noitada de cerveja com a galera do futebol, me chamou de neurótica, tirou o pênis pra fora e esvaziou a bexiga na samambaia em cima da mesinha de centro da nossa sala. No dia seguinte, fez questão de entrar no banheiro e deixar a porta escancarada. Ouvi o barulho da urina. Era forte, constante, soava como a água de cachoeira jorrando! Era muito macho o meu parceiro, e eu tentei aprender a apreciar todo aquele instinto animal. Até que chegou o dia em ele foi perdendo a graça. Tanto fazia ouvi-lo ou não ouvi-lo. Faltava ali um ingrediente misterioso, devia ser o amor.

Recentemente, estava eu no maior amasso com um carinha todo fino, todo educado, dentro do VW dele. Na hora H, ele resolveu dizer que precisava urinar. Não me contive: “Pô, cara, justo agora? Ninguém merece.” Ele abriu a porta, baixou o zíper e mijou. Brochei. Fechei a blusa, vesti a calcinha, cruzei os braços, "toca o carro pra casa, Oswaldo.” Ele pediu explicação. Eu liguei o radio e fui emburrada até em casa. De raiva. De ódio. Praga de mãe é uma merda!, pensei, com o sangue fervendo por dentro.

(2009)


Êta blogue bom!






E lá vão elas tirando livro da cartola,
dando piruetas na língua malabarista do Joaquim Ferreira dos Santos!

sábado, 29 de agosto de 2009

Tudo que a gente precisa...

...seja da família, dos amigos, dos 'afetos' ... é de AMOR!

bjs!
Cinira.


terça-feira, 25 de agosto de 2009

Dando defeito, de novo!

Ele tava de pau duro e eu tinha percebido.
Ele tentava disfarçar e eu também tinha percebido.

Sou a rainha das percepções. Queria poder canalizar o dom para outras esferas de minha vida, mas ainda não consegui.

Eu sabia que a atitude dele dependia de um primeiro movimento meu. Era eu quem guiava todo aquele acontecimento, sem que ele - homens não percebem certas coisas - pudesse identificar. Virei o pescoço, como para olhar para a porta do bar, na verdade, fazendo com que pensasse em seu queixo roçando ombro, nuca, orelha. Quando voltei, o bobinho estava justamente embevecido, olhando. Virei novamente, agora passando a mão, como que para mexer no fecho do cordão, que poderia perfeitamente estar incomodando, atrás.

Ele falava e bebia como quem morre, aos poucos. As palavras estavam esgotando e o corpo dele estava quente. Eu podia sentir, percebendo que o rosto estava levemente suado, apesar do arcondicionado; suas mãos batucavam rápidas, silenciosas, nervosas, a mesa. Ele olhava para mim, mas não via uma mulher sentada em frente. Ele via uma fêmea deitada, nua, aberta, só dele. Via-se um rei desejado, um macho cruzando, fazendo o outro bicho gritar.

Pegou a minha mão, quando alguma coisa mais significativa foi dita.

Tudo desmoronou, quando aquela mão segurou meus dedos um pouco mais forte. Eu já não percebia nada e a impressão era de estar nua, na Presidente Vargas, ao meio dia e meia, de sexta-feira. Sensação de que agora, ele estaria percebendo tudo. Que eu estava com tesão e disfarçava; que tinha medo de amá-lo de verdade. Que agora, a peteca estava na mão dele e eu podia perder a partida, se não rebatesse o mais rápido possível.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Cansada!

Odeio mulher oferecida. Quando digo oferecida, leiam dissimulada, sonsa, metida a bacana. Mulher tem que dizer a que veio, seduzindo, querendo, mas clara. E respeitando o que é dos outros. Sempre fui solteira, ando armada atirando no amor. Mas se vejo aliança no dedo, mão dada, foto na carteira ou beijo na boca, não me meto - a não ser que me convidem, é claro.

Mulher respeita, principalmente, a outra mulher. Porque homem veste a camisa do corporativismo masculino enquanto as babacas aqui se estapeiam por um minuto da atenção do Zé Mané. E pisca pro peguete da outra. Dá pro marido da amiga, seduz o cara por quem a prima está apaixonada. Esfrega a bunda no pau do barman que cantou a amiga solteira há meia hora atrás.

O nome disso é palhaçada, falta de respeito, sujeira. Das brabas. Sou a favor do descompromisso, mas que ele sempre venha acompanhado da clareza. Muito fácil as madames reclamarem dos homens que são galinhas, imaturos, desprendidos. Sim, eles são. Honremos, então, nossa superioridade para ensiná-los a se relacionar com o mundo, no lugar de alimentar pirocas doces e irresponsáveis.

Tô cansada de homem frouxo, de mulher disfarçada, de gente embaçada. Ainda acredito na possibilidade da clareza, da honestidade, da palavra limpa, da cara a tapa, sou a favor da merda no ventilador.

Porque a gente é livre e o mundo é grande o suficiente.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Comandantes sem Photoshop

Nós aqui do Comando aderimos ao movimento Mulher sem Photoshop. Há as comandantes que malham, as que usam creminhos, as que fazem dieta... mas a gente só usa Photoshop pra ajeitar o enquadramento, corrigir as cores, melhorar o brilho ou o contraste, e tirar os olhos vermelhos. Admiramos a beleza feminina como ela é, sem retoques.

Intervenção no nosso layout? Só cirúrgica.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Eu sou bonita, não tenho estrias, meu peito é duro...

"Saudade mata a gente, menino..."


Me encontraram...

E então me perdi, amigas...
Estou perdida...

Imagino apenas se será Este...aquele quem irá 'me desposar', mudando enfim meu sobrenome...

Não tenho palavras...
Minhas palavras possuem outro dono agora.

E uso outra voz para dizer e cantar.

bjs

Cinira Ira

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A emoção acabou

Foram anos de uma paixão alucinada.
Ele sempre muito confuso, muito inseguro.
Como todo homem. Mas com aquele ar de quem tá com tudo!
Ela já havia tido muitos homens na vida.
Alguns bacanas, outros bem canalhas.
Ele não. Tudo certinho.
Só mulheres parecidas.
Todas mulheres honestas no amor, recatadas na cama, certinhas nas profissões caretas.
Talvez até fosse isso que a atraísse nele.
Uma vontade de bagunçar aquela vida tão arrumadinha demais.
E ela se apaixonou de verdade.
Quando o via, subia uma coisa dentro dela incontrolável.
E ele não dava conta.
E ela queria mais. Pedia mais.
Mas ele medrava. Fazia que ia, mas fugia.
Dizia que queria, mas no fundo tinha pavor do que ela seria capaz de fazer com ele.
E no lugar de devolver o tesão e a paixão, devolvia agressão.
Falava palavras duras.
E ela insistia.
Porque não tinha medo de nada.
Corajosa. Porreta. Vivida, sabia que dava conta de tudo.
Até das maiores asneiras que escutava dele.
Ela até achava graça.
Achava tudo uma grande bobagem.
Mas foi ficando sem graça.
Foi achando ele cada vez mais igual a todos.
Tudo tão previsível.
Tudo tão sem o glamour que só a paixão faz ter...
E foram se afastando.
Deixaram de se ver, de se falar.
Mas ela sentia saudade dele.
Achava que sentia.
Foi achando que não sentia mais.
Ficou em dúvida se ainda sentia...
Outro dia passou por ele na rua.
Não sentiu nada.
Não subiu nada dentro dela.
Nem vontade de falar. Nem de saber dele. Nem de tocar nele.
Lembrou da História de Adele H.
Ela era apaixonada pela paixão por ele.
Não mais por ele.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

renata.mdc.com.br

É, o namoro não vai bem. Desde o fatídico telefonema na madrugada, meu namorado esquisitou. E quer saber, por mais que o adore, não tenho muita paciência. Já expliquei, conversei honestamente, mas ele teima em desconfiar de mim. Agora estou quieta.

Aí, vocês sabem como é a vida... as coisas acontecem. Coincidências, alguém há de dizer. Numa noite de quinta-feira, depois de uma discussão brabíssima com meu gatinho, uma amiga chamou para um showzinho num pub em Copa. Eu, que tava amuada, resolvi acompanhá-la pra me distrair, espairecer, esquecer tudo o que ele disse e me magoou.

Estava lá curtindo o show na minha, na boa. Minha amiga tava sendo paquerada por um carinha, tava na iminência de beijá-lo. Eu tava dançando, bebendo minha long neck, quando o tal sujeito do meu último post – o que ligou às duas da matina – passa por mim. Ele sorri e eu retribuo. Me cumprimenta levantando a sobrancelha. Num ímpeto, furo a multidão para me aproximar dele: ei, vem cá! Pronto, dei a senha pra ele se aproximar. Beijo no rosto com mão na cintura, você continua linda. Nem 30 segundos pro primeiro beijo na boca. Nem 30 minutos pra seguirmos pro motel mais próximo. Ai... Suspiros...

Ele se despediu querendo saber quais meus planos para ele. Não tenho planos, quero recuperar minha relação agora desgastada. Estou confusa, gostei da noite, gostei de rever o cara, na verdade, gostei de muito mais que isso (vocês sabem!), mas amo meu namorado.

Amigas leitoras, preciso de ajuda: o que eu faço? Não sei mentir, estou mal com esse segredo. Não pretendo contar pro meu namorado, mas como me livrar da culpa pelo que fiz? E o gatinho com quem transei? Ele tem me ligado, mas eu não sei o que fazer. Por favor, quem já tiver passado por situação semelhante ou tiver qualquer ideia que possa me ajudar escreva.

Estou realmente muito mal de cabeça. Preciso tirar esse sentimento de mim. E voltar às boas com meu amorzinho. Ou vocês acham que pode haver outro caminho? Será? Será que dou uma chance pro outro gostoso, opa!, quer dizer, cara?

Tô muito confusa... muito... muito... (Pra quem eu telefono agora?)

Quando éramos virgens

Sempre fui meio retardada. Fui uma criança e uma pré adolescente careta, a última a beijar na boca e a última a perder a virgindade, ainda que tenha sido a primeira das amigas a ter peito, pelo e tpm. Todas as amiguinhas ficavam com o Vitor Hugo, com o Pedro Oliveira, com o Rafa Dias. Crescemos e elas davam para o "Rato", para o "Bob", para o "Dilema", para o "Osso". Eu, super virgem, cheia dos receios de descobrir todas as delícias de uma só vez e não ter mais sensação do novo na vida.

Isso fez com que os caras do condomínio desenvolvessem uma espécie de fixação em mim, já que eu era aquela que, entre o meu primeiro beijo e a primeira mão na bunda, deixei um intervalo de 3 ou 4 anos. Eles queriam apertar a minha bunda, passar a mão no meu peito, desabotoar meu sutiã enquanto eu, se ficasse com algum Zé Mané que se atrevesse a passar a mão por cima da minha calça de Bali, levantava o dedo e começava o bla bla bla mais chato do mundo.

Você tá pensando que eu sou o que? É isso que você quer? Alguém pra passar a mão??? Seu machista babaca, acha que mulher serve pra isso?

Todos faziam cara de saco cheio, falavam que iam ao banheiro e não voltavam mais.

Eu nunca ficava com os carinhas do prédio e sempre escolhia os desconhecidos das matinês. Mas tinha o Índio e o Ìndio... Ah, ele eu deixaria passar a mão na minha bunda. A gente chamava ele de Índio, porque parece que adolescente precisa dar apelidos e ele, ainda que não fosse um moreno de cabelo preto e liso, tinha um índio tatuado nas costas. Ele pegava onda e a gente descia toda tarde para ver os surfistas em ação.

Um dia eu fiquei com o Índio e ele não tentou passar a mão na minha bunda. Me deu uma dúzia de beijos gostosos, me apertava contra ele, mas... nada de bunda. Fui pra casa e, na hora de dormir, sentia um tremelique esquisito (hoje, meu velho conhecido) entre o peito e o umbigo, quando lembrava dos apertos do Índio e vislumbrava o quanto seria bom aquela mão grandona alisando minhas nádegas.

No outro fim de semana, teve um churrasco na casa do Gigante. O gigante morava no mesmo condomínio, mas o pai morava no Mansões e os churrascos dele eram sempre lotados de gente e, claro, todo mundo se pegando: carinha sentado na mureta de perna aberta com a menina encaixada, menina com menino se pegando dentro da piscina, aquela coisa. O Índio tava lá, segurando a latinha de cerveja com aquela mão enorme e eu pensando que aquela mão deveria estar na minha bunda e não na latinha de cerveja. Eu tinha 16 anos e alguém precisava passar a mão na minha bunda. Tinha de ser o Índio.

Os outros meninos ficavam sempre em cima de mim e, nesse churrasco, eles me olhavam de longe e eu cheguei a ouvir um vizinho meu, quando eu passei para o banheiro: Lá vai Dona Felícia Índio. Fiquei aliviada, porque sabia que chegaria o momento do Índio chegar em mim - nessa época tinha isso, o momento dos meninos "chegarem" nas meninas e isso era insuportavelmente gostoso, principalmente quando sabíamos que o nosso cara era certo.

O Índio chegou em mim, na hora esperada. E eu sabia que aquele seria o dia da minha bunda. Depois de um tempinho perto da piscina, fomos para trás da sauna, onde não tinha ninguém e onde eu poderia ter a minha bunda alisada longe dos olhos de todos.

Saí de lá extasiada. Aquele mãozão parecia estar grudado em mim. O que eu sentia não era passível de explicação. A impressão era de que nem quando eu transasse a primeira vez sentiria algo desse tipo. Tudo meu tremia, gritava, arrepiava. Eu era uma espécie de chilique ambulante. O Índio tinha passado a mão na minha bunda e eu poderia morrer afogada na piscina, que morreria feliz.

Saímos de mãos dadas e ele foi pegar mais uma cerveja. Fui ao banheiro fazer xixi e não voltei por fora da casa, mas pela sala, pois passei para pegar uma canga na mochila.

O Índio tava pegando uma nota de dinheiro de cada moleque do bando.

- Conseguiiiiiiiiiiu, hein!
- Esse é o nosso Cacique!
- Foi só na bunda ou no peito também?

Eu vomitei e tive febre esse dia. Passei mal a noite inteira, não conseguia nem chorar. Minha mãe perguntou o que eu tinha, meu pai preocupadíssimo, meu irmão maior soube e quis bater em todos, mas eu não deixei.

Nunca mais fiquei com o Índio, nem com nenhum menino do condomínio: ficava com vários meninos desconhecidos nas festinhas, deixava todos apertarem bunda e peito, fazendo questão que cada moleque daquela tribo estranha visse e passasse a noite toda tocando punheta pensando em mim.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Filha da mãe

Àqueles que não me conhecem, me apresento:
me chamo Mary Jane que em sânscrito erudito significa: aquela que insiste em escolher seus próprios caminhos.
Isso significa que sou cheia de opiniões.

Ultimamente, ando de saco cheio da maioria delas. O que é ótimo, já que meu mundo está prestes a virar de cabeça para baixo.

Estou grávida. Pela primeira vez. Nunca tive contato com esse universo. Meus amigos não têm filho. Não há crianças na família - com exceção de um, recém nascido em outro estado. Não fazia a menor ideia do que esperar.

Entenda-se: eu vivo minha vida freestyle. Sem saberes pré-programados, sem corresponder a expectativas que não sejam as minhas, sem obedecer a regras a não ser que concorde com elas. Sou do tipo que precisou fumar durante anos para concluir: fumar faz mal à saúde. É, Pedro Bó? É. Essa sou eu. Ame-a ou dane-se você.

Aos trancos e barrancos, consegui, ao longo da vida, deixar isso muito claro para as pessoas a minha volta. Mas na gravidez, todo transeunte se sente no direito de opiniar como se fosse um assunto de interesse público.

Muitas vezes são opiniões opressoras, cheias de cobrança e juízo de valor. E antes que você consiga se recompor e mandá-los todos à puta-que-o-pariu, você e seus peitos gigantes se descabelam um pouco.

Por exemplo: eu tive que parar de beber, de fumar e de tomar coca zero ao mesmo tempo. As pessoas - as malditas pessoas - dizem: parar de fumar foi a melhor coisa que já aconteceu na sua vida. Refrigerante dá celulite. Catar coquinho todo mundo! Os vícios eram meus e eu gostava deles. Se para você isso não seria um sacrifício, faça um exercício de imaginação e pense como seria cortar da sua vida, de uma hora para outra, as três coisas que você mais consome. Não é maneiro. Você sai a noite com os amigos e pede o que? opção a) água sem gás. b) água com gás. c) suco natural de frutas.

i-u-pi.

Para completar não posso ingerir nenhum produto diet/light. Como assim? Todos os produtos do (meu) mundo são lights! Ou você fica gorda ou você vive a base de luz. Essas são as minhas opções. Fora que você não pode pintar o cabelo, fazer sauna, tomar banho de banheira, nem consumir drogas, lícitas ou não. Você enjoa, fica gorda, com os peitos doendo, um sono do cão e um humor completamente bipolar. Ou seja, é uma tpm. Só que dura quase um ano.

Aparentemente, eu devia evoluir como pessoa e desapegar dessas coisas menores em prol de uma felicidade muito maior que é o milagre da vida. Não me entendam mal, esse bebê é queridíssimo, planejado. Mas isso não significa que eu tenha que mudar de personalidade, colocar um sorriso na cara e achar tudo maneiro. Até porque, no começo, antes das ultras, da barriga e dos chutes, você abdica em prol de algo que não conhece, nem é capaz de visualizar. É só uma questão de fé nas listras rosas do exame de farmácia.

Depois melhora, você vai no médico e o que era só um girino vira, de fato, um bebê com cabeça, tronco e membros. E as pessoas te perguntam: como assim, você não levou um dvd para ultrassonografia? Você tem que levar! Aí, você junta todas elas, faz uma edição, coloca uma música e manda para todo mundo por email!

Pausa para visualizar a minha cara de tacho.

Sim. As pessoas falam isso. E falam muitas outras coisas:

Você não está fazendo um diário da gravidez?
Você não vai a Miami fazer compras para o bebê?
Você não deveria estar comendo isso, deveria?
Você vai ter parto normal, né? Cesariana nem pensar.
Já olhou na internet?! Tem uns sites ótimos que contam o que está acontecendo com o seu bebê, minuto a minuto.

E, acima de tudo, elas não entendem porque você não fala sobre isso todos os minutos da sua existência.
Cara, não que não seja um assunto importante, se não fosse, não estava sendo discutido aqui. Mas, na boa, eu fiz duas faculdades, um mestrado, faço um programa de televisão toda semana, leio jornal todo dia, tenho 3 livros na minha cabeceira, escrevo, saio, viajo...
É sério que nego acha que eu vou ficar discutindo amamentação o dia todo? Se as pessoas acham que isso faz de mim uma (futura) mãe desnaturada, eu realmente não dou a mínima. Eu acho que faz de mim uma pessoa saudável.
...
Eu sei. Resmungando desse jeito parece que eu não estou curtindo estar grávida. Não é verdade. Há uma série de aspectos bacanas, divertidos e interessantes. Prometo dedicar um texto inteirinho a eles no futuro. Eu só me recuso a perpetuar o clichê do esplendor da maternidade, da grávida radiante, a mulher na melhor fase da sua vida. E é injusto cobrar isso das pessoas.

Quanto aos sintomas...bom, parece que melhora. Tomara. Adoraria fazer a Leila Diniz.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Tia Lili

O cenário era Paraty. Dentro da Paraty, acontecia a FLIP. Dentro da FLIP, a tenda dos autores. Dentro da tenda, as pessoas saíam, após a palestra de sabe-se lá qual autor e qual mediador. Não dentro, mas entre as pessoas, estava Tia Lili.
As pessoas saíam em filas desorganizadas, até que um homem, que estava alguns passos mais próximo da saída, virou-se, sorriu e gritou:
- 'Liane!
Tia Lili sorriu, parou, deu dois beijinhos, disse
- Oooooi!
Tentou lembrar de onde conhecia aquele senhor, mas de todos os bauzinhos da memória, ele não saiu de nenhum. Achou melhor dizer a verdade.
- Desculpe, mas não consigo lembrar de onde eu o conheço...
O senhor, mais que rapidamente, respondeu, também num auge de sinceridade.
- Nem eu! Eu to chamando a Liane, que está ali atrás! Mas a senhora é muito simpática!

Essa é Tia Lili, que, a partir de quando quiser, falará sobre os encantos e desencantos da menopausa aqui mesmo, no Comando!

domingo, 19 de julho de 2009

As flores de plástico não morrem...

Trompa de elite osso duro de roer...

Já sei há muito tempo que encontrar um grande amor, trabalhar no que se gosta, com pessoas bacanas, ganhar bem, ter uma casa com paz, filhos felizes, amigos e família com a vida maravilhosa... é a maior utopia do mundo!
Está bem. Já sei que tenho de me conformar com muito menos.
Mas o que está acontecendo agora, sinceramente, eu não me lembro de já ter visto.
Não tem ninguém bem...
Ao contrário! Estão todos com muita angústia.
Com muitos problemas.
Que epidemia é essa, gente?
E olha que estamos sempre dispostos a nos divertir, a encontrar a gargalhada em qualquer besteira, até nas coisas mais patéticas.
Não quero a pieguice da felicidade a qualquer preço.
Do sorriso banal.
Da bobice de um amor qualquer.
Mas quero muito que a gente se fortaleça.
Pra conseguir, pelo menos, barrar aqueles que querem se aproveitar da nossa fragilidade.
Layla Força Total

quarta-feira, 15 de julho de 2009

I just call...

Como vocês sabem, estou namorando e apaixonada. Mas passei por uma saia justa esses dias. Madrugada de sábado pra domingo, estava dormindo agarradinha com meu amorzinho, quando toca o celular. Atendi logo, achando que poderia ser uma emergência, alguém passando mal, sei lá. No entanto, era um carinha com quem eu tinha saído. Há exatamente dez meses, eu conheci esse cara. Saímos duas vezes e ele sumiu. Depois da primeira ligação não atendida nem retornada, eu deletei o número dele da minha agenda e o deixei pra lá. Agora, sem mais nem menos, ele enche a cara num sábado à noite e resolve me ligar? Francamente!!! Fiquei na maior situação com o meu namorado, que desconfiou da minha explicação. Falei a verdade, exatamente o que conto aqui pra vocês, mas ele argumentou que ninguém telefona pra ninguém as duas da matina sem ter abertura pra isso. Enfim... foi chato pra caramba.

Agora, meu namorado está esquisito comigo e eu começo a me preocupar com isso. O outro sujeito continua a ligar mesmo eu tendo avisado que estou em outra. Gente, o que eu faço? Como resolvo essa situação e volto às boas com meu gatinho?

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Parati | Flip 2009

Por onde as comandantes andaram nas férias...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Férias do Comando

Caríssimos leitores,

O Comando Rosa está saindo de férias por uma semana. Aprontamos nossas malas cor-de-rosa e amanhã seguiremos pra Parati.

Não cuidamos apenas do corpinho, somos mulheres com cabeça, seres pensantes e intelectualizados. Vamos pra FLIP, ficar imersas em literatura e aguardente local. E, se tudo der certo, esbarraremos com o Chico Buarque naquela pontezinha estreita.

O plantão do blogue ficará sob a responsabilidade da Comandante Layla. Qualquer coisa, entrem em contato com ela.

Beijos e até segunda-feira que vem.

Boa semana pra todos!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Jamais será!

Depois me chamam de amarga, de galinha, promíscua. Mas é assim que tem que ser. Esse blog está apresentando uma sucessão de insanidades femininas pelas quais eu, realmente, não esperava.

Djanira incomodada por conta do dia dos namorados já foi meio complicado de engolir. Agora, Renata enlouquecida born In love me faz perguntar o seguinte: o que vocês fazem ao longo de suas vidas que não aprendem com os acontecimentos ao seus redores?

Já disse, brilhantemente, uma amiga minha outro dia: Sabe por que a grama do vizinho é mais verde do que a nossa? Porque a dele é de plástico.

Não tem namoro que dê certo fora da televisão, não tem casal que se ame incondicionalmente, se complete e traga segurança um para o outro. Não e-xis-te.

Façam sexo, banalizem esse amor que nos ensinaram ser bom. Isso é coisa de mãe que apesar de nunca ter sido feliz no casamento, teima em plantar sonhos na cabeça de filha. As pessoas são egoístas e, se estão agradando você, pode acreditar: estão pensando no próprio bem estar (não sei se bem estar tem hífen, depois do novo acordo). E por que não fazermos o mesmo? Essa é a ética dos nossos tempos: relacionamentos líquidos, descartáveis. Prazeres imediatos, resultados a curtíssimos prazos, pessoas saindo de linha, servindo para algo pontual, antes de serem descartadas e... neeeext.

É isso que vivemos. Homens são condicionados a pensar que existe uma mulher mais legal, mais gostosa, mais divertida, com um boquete mais gostoso do que o seu. Pense que você já foi essa daí em relação à ex dele. É isso, não tem muito o que se discutir. Somos descartáveis.

Descartemo-los, então!!!

E mandem à merda o próximo que fizer você acreditar que dessa vez, tudo poderá ser diferente. Porque não será.

sábado, 20 de junho de 2009

Eu estou apaixonada!

Pois é, estou apaixonada e sou correspondida.

Há duas semanas reencontrei um carinha por quem fui apaixonada a um tempo atrás. Naquela época, eu dei em cima dele, mostrei abertamente que estava a fim, mas ele não me deu a menor bola e eu fiquei um tanto desapontada e frustrada. Mas nos tornamos amigos. Perdemos o contato por uns anos (acho que dois anos mais ou menos) e há duas semanas nos revimos no Baixo Gávea. Eu estava com uma turma grande numa mesa do Braseiro e ele estava tomando chope na calçada com dois amigos. Assim que eu o vi, aquele sentimento antigo reacendeu. Ele estava lindo como antes, apenas com uns fios brancos começando a aparecer entre os cabelos escuros. Mais charmoso impossível. Quando percebi que ele ia entrar no restaurante para ir ao banheiro, levantei-me. Simulando estar distraída, aproximei-me dele. Quando ele me viu, abriu um sorriso largo e me cumprimentou com um abraço e dois beijinhos. Derreti. Trocamos algumas palavras sobre o que fizemos nos últimos tempos e confirmamos os números de telefones. Ele disse que me ligaria pra marcar um chope, pra gente colocar a conversa em dia. Telefonou no dia seguinte. Saímos e desde então estamos juntos. Estou muito feliz e semana que vem pretendo fazer uma homenagem a ele. Devemos ir ao karaokê e quero cantar pra ele uma música que eu adoro. Coloco aqui a letra da canção e peço que as amigas comandantes a decorem pra fazer coro comigo. Espero que ele goste. Torçam por mim!


Seguindo no trem azul
Roupa Nova

Confessar
Sem medo de mentir
Que em você
Encontrei inspiração
Para escrever...

Você é pessoa que nem eu
Que sente amor
Mas não sabe muito bem
Como vai dizer...

Te dou o meu coração
Queria dar o mundo
Luar do meu sertão
Seguindo no trem azul...

Toda vez que for assoviar
A cor do trem
É da cor que alguém fizer
E você sonhar...

Não faz mal
Não ser compositor
Se o amor valeu
Eu empresto um verso meu
Prá você dizer...

Só me dará prazer
Se viajar contigo
Até nascer o sol
Seguindo no trem azul...

Te dou o meu coração
Queria dar o mundo
Luar do meu sertão
Seguindo no trem azul...

Vai lembrar
De um cara como eu
Que sente amor
Mas não sabe muito bem
Como vai dizer...

Só me dará prazer
Se viajar contigo
Até nascer o sol
Seguindo no trem azul
Uh! Uh! Uh!...

Te dou o meu coração
Queria dar o mundo
Luar do meu sertão
Seguindo no trem azul
Seguindo no trem azul...


terça-feira, 16 de junho de 2009

Dia dos namorados

Na última sexta-feira foi dia dos namorados. Nunca liguei muito para isso, acho uma data puramente comercial. Afinal, pra quem namora dia dos namorados é todo dia; pra quem não namora não é dia nenhum. Mas esse ano confesso que fiquei um tantinho ‘incomodada’. Os amigos todos comprometidos, com programas íntimos para a noite de sexta, casaizinhos na rua, nas lojas escolhendo mimos... a verdade é que isso não me fez bem. Não é inveja, não, longe disso, mas a mera constatação de que eu estava só quando todos pareciam acompanhados.

Apelei para o telefone. Liguei para a Ludmila, tinha viajado; tentei a Sandra, ia sair com uma amiga; chamei a Nanda para ir lá em casa, mas ela tava com um namoradinho novo, e tal. Até o Daniel, o Fim-de-Festa, já tinha compromisso. Ok, tudo bem, Djanira, uns filmes da locadora, uma pizza, um tinto honesto... precisa mais de quê?
E assim passou minha noite dos namorados. Estou até agora tentando me convencer de que não precisava de mais nada naquela noite friazinha da última sexta.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Uma merda.

Odeio família.

Tudo, no fim, acaba em não, em briga, em desentendimento,

mesquinharias. Putaria. Cobranças, desaforos, promessas em vão, ajudas cobradas, chantagens, mentiras.

Mágoas.

Arrependimentos, culpas, brigas, ofensas, machucados.

Duas pessoas se juntam em algum momento, com um interesse em comum.

E pimba! Um filho. Que lindo, que beleza que é a maternidade, a mulher dando a luz, gerando um alien dentro do ventre, o marido olhando a bunda da gostosa que não está com a boca inchada nem com cara de cansada pois não precisou se preocupar em qual buraco do colchão poderia encaixar aquela barriga pontuda que dá cistite e gases.

Maravilha.

O filho já vem berrando de dor, puto da vida, sem nem ao menos imaginar que a história só piora. Ao irmão, não agrada, nem um pouco, a idéia de dividir a atenção, os brinquedos, a mãe, o pai, os tios e quem mais ele acreditava ter garantido com o pequeno pacotinho rosado que só chora, faz cocô, xixi e solta pum.

Os bicos do peito da mãe estão rachados, sangrando, e o pacotinho só chora porque não sabe comer de outro jeito. A mãe... bem, a mãe está com os mamilos rachados e sangrando. Precisa mais???

A vó dá palpite, a outra vó critica a papinha, o avô fica jogando o neném pro alto, a mãe entra em crise, o irmão fica meio agressivo na escola, o pai chega tarde em casa do trabalho. A empregada pede aumento, pois agora, são dois bebês, né, dona. Quando eu vim trabalhar aqui, era só a senhora e o seu marido.

No fim, todo mundo se machuca e a mãe tem saudade do bico do peito rachado, o pai, daquela mulher com a boca esbugalhada, a criança sonha em lembrar de como era antes de virar pacotinho, o irmão se pergunta porque deixou de ser filho único. A sogra se pergunta onde o filho estava com a cabeça quando resolveu casar com aquelazinha, a outra sogra tenta entender onde errou na educação da filha para que ela aceitasse dar continuidade à linhagem daquele imbecil.

A empregada já está no sexto filho.

A família linda, no sexto ano de terapia, pra cuidar das culpas.

E viva a diane35, microvlar sem farinha, viva o nuva ring, e tudo que possa ser considerado contraceptivo eficiente.

Eles se amam é pra vida inteira...

Foi em uma aula o primeiro encontro. As pessoas não tinham muito a ver com ela. Talvez um pouco mais com ele.
Ela estava um bocado entediada.
Ele parecia mais animado.
Quase que ela desistiu de escutar aquele monte de coisas óbvias que as pessoas insistem em falar e em cobrar por isso. E ainda dão um ar acadêmico.
E outros tantos acham que isso é importante.
Para o currículo. Para a corporação. Para a vida.
Ela já entendeu há muito tempo que não.
Ele ainda queria descobrir. Ainda tinha dúvidas.
Ela tem mania de ficar olhando as pessoas e inventando uma vida pra elas.
Começa pelo “aperto” da roupa, passa pela jóia ou bijuteria... É dourada ou prateada?
E aí ela percebe o jeito de falar, os comentários, o movimento do corpo... E de repente tem o perfil completo.
Não é que seja um jeito bacana de ser, mas que é preciso é. A danada é bastante observadora.
Ele já é mais relaxado. Não tem muitos critérios para construir historinhas. Aliás, tem, mas diz que não tem.
E acho que nenhum dos dois sabe explicar, mas foi naquele lugar, sem procurar, sem querer, que os dois se conheceram.
Primeiro foi aquela história de roçar a perna disfarçadamente. Cruzar o olhar e morrer de vergonha. Soltar piadinhas patéticas e que só os dois acham a maior graça.
E vem um tesão incontrolável. Não, ninguém percebe, ninguém vê. Tesão é invisível quando não declarado...
A primeira conversa ao telefone foi surreal. Ela falando que estava saindo pra malhar, percebeu que não era a onda dele.
Ele fazendo mil perguntas que ela não sabia o que responder.
E começaram a se encontrar. Os filmes que viam, os diretores que gostavam, as músicas, os livros, a praia, as viagens e conversavam muito, durante muito tempo, sobre muitas coisas.
E um desejava o outro alucinadamente. Para tudo. Pra falar, pra rir, pra colar o corpo um no outro, pra andar, pra olhar pro mar, pra ficar em silêncio. De vez em quando brigavam, brigavam e dava uma vontade de chorar horrível. Porque era impossível imaginar ficar sem o outro.
Até que um dia se beijaram. E foi o melhor beijo do mundo.
E aí se beijaram muito. Ficavam beijando horas. Muitas horas. Dias. Muitos dias.
E foram pra cama. E foi a melhor trepada do mundo.
Era um sexo que durante horas era sem ar. Depois era só carinho.
E foi assim durante anos.
Sempre achei que isso nunca acabaria. Um homem e uma mulher não têm um encontro desses muitas vezes na vida.
Um dia, encontrei com ele em outra.
Noutro dia, foi a ela quem vi.
Mas tenho certeza que ainda se amam.
Alguma coisa muito misteriosa aconteceu com esses dois.

domingo, 7 de junho de 2009

Ode ao bom humor

Amadas,
fiquei reparando nas mulheres sozinhas nos restaurantes, no cinema, na caminhada pela praia e acho que algumas estão precisando dar uma mudada.
Sim, acho isso mesmo. Eu, enquanto mulher (hahahahahahaha), tenho coragem de dizer isso.
A mulherada, com honrosas exceções, está precisando melhorar.
Vamos lá!
Pra começar, andam muito carrancudas! Ô galera mal humorada, gente. Na praia, por exemplo, tem sempre aquelas duplas conversando, parece que estão brigando. Mas não estão! Podem apostar, estão falando mal dos homens ou reclamando da falta deles. É impressionante!!!
Nos restaurantes a mesma coisa! Estão sempre vestidas para matar (mal vestidas, diga-se de passagem) com cara de quem está infeliz.
As casadas estão sempre chatas.
Sexo! Façam sexo! Sexo sozinhas. Sexo por sexo. Sexo por amor. Mas parem de reclamar.
As casadas façam sexo com os maridos. Quanto mais fizerem, melhor fica. Parem de inventar desculpas.
E riam muito. Sozinhas, com os amigos, com os maridos.
Depois do trabalho, exaustas, nada melhor do que chegar em casa e rir. Contar casos e rir muito!
Sem querer ser a mulher-conselheira-chata-mór, a MM, vamos recuperar o bom humor, galera!
Nada supera o bom humor numa mulher!
Nem batom, salto alto e calcinha Vitoria's Secret!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Whyyyyyyyyyyyyyy!!!!!!!

Ó só, meninas...
Estamos eu e Lady Shady, aqui no AP dela na P.J./Copa, fazendo as pazes pela briga que tivemos hoje durante o dia nos comentários do post anterior.
Eu abdiquei dos meus remeditos hoje e resolvi beber uns alcoólicos...
Ela não abdicou de porra nenhuma, continua aqui...tomandos umas durante a noite porque, como já dizia Chico Buarque, "e a gente vai tomando que também sem a cachaça ninguém segura esse jorrão.."
Estamos a tediversar sobre o amor, o sexo, a paixão e tal.
Embora sejamos opostos, pensamos muito parecido em relação às questões mencionadas...
Acreditamos ambas que o AMOR é um embuste.
Embuste!
É algo super valorizado (e foda-se se é com hífem ou sem hífem! Com essa reforma não sabemos mais de nada, embora estejamos fazendo o mesmo cursinho de "Português para Concursos". O VOLP que se foda!)

Estamos aqui divagando sobre o que é AMOR, o que é PAIXÃO, e o que pura e simplesmente é TESÃO.
As coisas se confundem, achamos...(ainda mais depois de uma garrafa de vinho e doses de pinga que o antigo amante dela deixou sobrando na geladeira Consul).

Chegamos à conclusão (sei lá) que tudo isso, à priore, é muito parecido e pode ser facilmente confundido...
Chegamos à conclusão tb que pouco importa pois o que importa é que algum deles deve habitar a alma pois sem nenhum... o que existe?

A conexão caiu fraaaaancamente e não lembramos mais do que escrevemos depois desse ponto porque a porcaria do blospot não salvou, hahahahahahaahaha!

bjs!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Cocompartilhado

Eu nunca tinha dado importância a isto até ouvir amigas comentando que fazer cocô e soltar pum na frente do namorado é altamente proibido. Que esse tipo de intimidade é o primeiro passo pro fracasso do relacionamento.

Parênteses: confesso que sou das que vão ao banheiro de porta aberta, sem cerimônia. Se o rapaz quiser entrar e tomar banho enquanto uso o vaso sanitário, ok, aproveitamos pra colocar a conversa em dia. Se ele não for adepto desse tipo de intimidade, respeito sua opção. Mas, pra mim, sinceramente, não vejo o menor problema.

Voltando à derrocada da relação, não sei se esse tipo de princípio é tão importante. Algumas amigas dizem que a mulher precisa manter certa aura de mistério, que o homem não precisa comprovar que ela faz cocô. Mais ainda, que não devemos comentar crises de dor de barriga ou problemas de gases com eles.

Não sei quanto a vocês, amigas leitoras, mas acho que tenho a fase anal muito bem resolvida, porque não ligo a mínima pra isso. Só me importo se o cheiro for insuportável. E posso afirmar que nunca tive queixas masculinas sobre a minha displicência.

Enfim... Se fosse assim tão fatal ir ao banheiro juntos, o que seria desta imagem registrada pelo fotógrafo Lissandro Garrido? [A propósito, reparem na bela oposição de masculino e feminino que a foto evoca.]

Pelamordedeus, meninas, quando a gente ama, essas coisas são tão pequenas... e tem mais: eu acho esse tipo de intimidade linda!

VALeu!

Não tô em busca. As coisas aparecem.

Valéria apareceu. Estava na hora certa, no dia certo, com a roupa certa e no lugar maravilhosamente errado: na minha frente, quando eu estava explodindo de tesão e acabado de levar um toco.

Ela trabalha no mesmo prédio que eu, e a gente nunca chegou a se esbarrar em algum projeto. Sempre olhei pra ela com olhos de quem acha o outro interessante, mas nunca levei a sério uma investida.

Mas não nesse dia, no ponto de ônibus. Eu tinha acabado de receber um torpedo desmarcando uma trepada dos deuses; o corpo ainda não tinha entendido que não visitaria o paraíso aquele dia e ficava mandando informações de excitação sexual por qualquer coisinha. Coisa de morder o lábio quando apertei o botão do elevador pra ir embora.

E Valéria estava lá, absoluta, com uma calça jeans surrada, camiseta branca com uma preta por cima. Uma mochila nas costas e a bolsa menor no ombro.

Não teve mais nem menos: Val rodou naquele dia mesmo. Passei-lhe um papinho de merda e consegui, em menos de 4 horas, completar o circuito Ponto de ônibus no Centro - chopp no Baixo Gávea - quartinho da Felícia aqui.

Desde então, Valéria reina absoluta no meu rol de telefones femininos.

Foi pra ela que eu liguei depois do último encontro e não foi menos bom. Nunca é menos bom.

Valzinha.

Tededico esse post!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

odiando amar

Algumas coisas eu odeio que aconteçam.

Elas acontecem, mas eu continuo odiando, ainda assim - essa coisa de que a gente acostuma é balela, nunca acostuma com coisa ruim.

Por duas vezes na vida eu acho que amei mesmo.

A segunda vez foi outro dia. Semana essa que acabou de nos deixar.

Enquanto a visão do rosto dele era tremida devido aos meus movimentos por cima do seu corpo, eu pensava que queria ter um filho daquele homem. Alguns minutos depois, ao lado dele, com a cabeça recostada em seu ombro, vi um fio de cabelo meu, perdido na barriga dele. E pensei que aquele prédio poderia desabar em cima de mim e dele, pensei que poderia morrer soterrada ou atingida por uma bala perdida e pensei tudo isso porque estava muito feliz com aquele cara.

E eu tentava não relaxar a boca pra não soltar um 'eu te amo' e não acabar com a minha reputação e com as minhas crenças a respeito desse tal de amor.

[ AMOR: Cafona, brega, feio tipo rosas vermelhas com roupa de veludo e pinta debaixo do nariz. ]

Mas as senhoritas estão pensando o que?

Depois que acordei e me despedi, com os olhos da alma cheios d'água de ter de me separar daquele homem por sabe-se lá quantos dias, fui no ônibus navegando pela agenda telefônica do meu celular já catando a presa sexual do dia seguinte: e essa seria uma mulher.

Pensei que ia chamar a Valéria logo na próxima noite, mas fiquei com pena de ocupar o corpo com outro cheiro assim, tão logo depois de ter sido tomada por uma coisa tão forte como foi pra mim o último encontro (ARGH!).

Dei um tempo maior.

Aí já é outro post.

domingo, 31 de maio de 2009

Nossa, como eles sofrem...

É, isso mesmo, esse é o título da entrevista de um famoso psicanalista, em uma revistinha semanal.
Saco!
Fica a gente aqui querendo SE entender e vem o cara dando a maior moral para os homens.
Assim não há ryvotril, nem massagem, nem festa, nem chope, nem prosecco, nem cigarro, nem o cacete que dê conta.
Ele tem a solução para uma mulher deixar seu casamento feliz: é só deixar seu homem realizar TODAS as suas fantasias de super herói. Desde comprar a maior TV até as sexuais.
Me recuso a continuar a ler esse absurdo!!! E olha que o cara é bonito, hein? É por isso. Se os feios já se acham, imagina os bonitos!?!?
A mulherada no maior esforço pra se achar gostosa, mesmo com celulite, pra se achar poderosa, mesmo ganhando sempre menos do que eles, com um discurso na ponta da língua, pra dizer que está sozinha porque homem não suporrrrrta mulher independente, e vem um pseudo conhecedor da mente humana pra legitimar os pavões nossos de todos os dias.
Assim é pra querer morrer de tanta derrota.
Mulheres de todo o mundo: uni-vos!!!
O comando lidera essa luta!!!
Beijos amadas, lindas!
Layla T.

sábado, 30 de maio de 2009

Porrada

Palavras machucam mais que porrada. Porque em porrada a gente bota curativo, remédio, o que for. Passado um tempo, tá cicatrizado e, às vezes, não sobra nem uma marquinha. Já as palavras ficam na nossa cabeça e, volta e meia, atormentam nossos pensamentos.

Por que palavras que ferem são tão difíceis de esquecer?

quinta-feira, 28 de maio de 2009

O valor necessário do ato hipócrita

Aninha faz o tipo recatada, pudica. Quase careta. É amiga de faculdade da Nanda. A Nanda é minha... sobrinha. Diz a Nanda que, nos papos das meninas, a Aninha sempre assume uma postura judicante. Quando surgem aquelas histórias de “ficou com quem?”, “deu pra quem?”, “pra quantos?”, invariavelmente tece um comentário maldoso, quando não ofensivo: “Vocês são fáceis mesmo, depois reclamam”; “Deviam é se valorizar, isso sim”. Conheci a figura numa festa com o pessoal da faculdade, mas não conversamos muito. Achei que ela não tinha ido com a minha cara.

Pois bem. No início da semana, recebi por e-mail umas fotografias com o título “Bobeou, tá na net”. Eram fotos, digamos, íntimas, de umas cinco ou seis meninas com três rapazes. Foi a Nanda que mandou, ela sabe que gosto (sim, eu curto material erótico...). As fotos eram realmente boas, flagrantes capturados com os detalhes e a invasão de privacidade próprios das câmeras digitais. Qual não foi a minha surpresa quando, entre as danadas, reconheço... a Aninha! Rá! A Aninha ali, brincando de pega-pega! No momento exato em que eu via as fotos, a Nanda liga pro celular. ‘E aí, viu as fotos que te mandei?’ ‘Tô vendo agora.’ ‘Caraca, não entendi nada... geral da faculdade já viu... pô, logo a Aninha... maior cachorra!’ ‘É...’ ‘Pô, Djanira, você não diz nada?’

Agora, analisando a situação com certo distanciamento, acho que a Nanda queria que eu falasse alguma coisa que condenasse a Aninha, e eu não disse. Afinal, se o fizesse, estaria na mesma posição judicante que própria Aninha tantas vezes adotou – e que a Nanda tanto criticava. Em vez disso, entre fascinada e incauta, respondi à pergunta da Nanda da seguinte forma, depois de uns poucos segundos em silêncio: “É, e eu não dei nada pela Aninha naquele dia, na festa...”. A Nanda desligou o telefone na minha cara. Há três dias não atende às minhas chamadas. Vai entender...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Manu: ninguém é de ninguém.

Recebi e-mail de uma menina que leu o blog e achou por bem me contar a sua história. Ela namora há 6 anos e o cara arrepia e muda de assunto quando ela quer falar sobre o futuro dos dois - constituir família, procurar apartamento etcétera e tal.

Achei boa essa idéia, mexeu com meu ego. Espero que as amigas aqui também entrem nessa onda.

Transcrevo aqui o e-mail da moça. Nomes trocados, como toda coluna de conselhos amorosos.

"Oi, meninas. Tudo bem? Li o blog de vcs e achei bom ver essas opiniões todas juntas e resolvi compartilhar um pouco do meu problema com vcs. Conheci o Carlinhos e no dia seguinte, já viramos namorados. Estamos juntos há 6 anos e eu estou com 29 e ele, 31.

Acho que já estamos num momento da relação que pede uma mudança de estágio, entendem? Eu estou falando de casar - não necessariamente na igreja -, juntar nossos móveis, parar de tomar a pílula, essas coisas legais que casais fazem.

Carlinhos foge sempre que eu falo nisso, pergunto como vai ser, essas coisas. Um dia, ele perguntou: "Manu, por que você quer casar? Pra que estragar uma relação que tá tão boa?" - Fiquei passada quando ele usou o termo estragar, ligando-o ao que seria a celebração da nossa união. Acho que ele não gosta de mim, ou está com outra, que quer terminar comigo e tá sem coragem.

O que vocês acham?

Bjus, Manu"

Então, Manu, em primeiro lugar eu lhe digo que encontraste o homem certo! Carlinhos é do bem, nitidamente: é amor de verdade e o estrago no casamento é inevitável, pois o ser humano é muito mais amistoso no seu estado solteiro. Acredite, você também é assim e, depois de casada, se perguntará onde foi parar aquela namorada bacana que era.

Digo que ele é o homem certo, pois sempre desconfio desses apaixonados viciados em conhecer família, comemorar aniversário de namoro, essas coisas que chamam casamento. O cara certo, querida, não quer casar. Mesmo. O cara certo até casa, mas querer, ele não quer. E lá na frente, você verá que eu não estou cuspindo verdades aleatórias, confie em mim. Ele te ama, quer coisa melhor do que ser uma eterna namorada? O homem não foi feito para casar. Essa história de amor, de até que a morte os separe, toda essa parafernalha que a gente ouviu desde criancinha é mentira, não tem fundamento na realidade.

Ninguém é de ninguém - eis o caminho da verdade.

Eu sei que você continuará insistindo e vai acabar até conseguindo o que quer, engravidando, persuadindo, chantageando, ou até mesmo o Carlinhos resolve ceder. Eles cedem, a gente insiste, tenta, teima. E lá na frente, reclama, chora, tenta entender.

Espero que você lembre que precisou enviar um e-mail para pessoas desconhecidas, tamanha é a sua angústia hoje. As de 20 anos de casada são bem piores, pode anotar.

.comando moda.

Somos moças de estilo, mulheres do comando. Mostramos isso no nosso dia-a-dia, quando falamos, quando saímos, quando brigamos, quando escolhemos nossas músicas e filmes preferidos.

Na hora de se vestir, não podia ser diferente.
Precisamos mostrar ao mundo ao que viemos.

E nossos pés não podem deixar de carregar nossa identidade forte. Afinal de contas, é com eles que pisamos nesse chão, traçando nossos caminhos tão individuais e tão comuns, ao mesmo tempo, que fazem com que milhares de mulheres queiram nos seguir.

Seguir nossos passos, guardar sonhos, documentos, identidades, maquiagens, livros.

Precisamos de boas bolsas também.

Somos mais nós.

Somos do comando.

Somos http://www.redegalinhamorta.com.br/

Enjoy, fofas!

Beijo no coração

Essa mulher - Arnaldo Antunes

Uma música de bom dia, de comando para comando.

ela quer viver sozinhasem a sua companhia
e você ainda quer essa mulher
ela goza com o sabonete
não precisa de você
ela goza com a mão
não precisa do seu pau
ela quer viver sozinha
sem a sua companhia
e você ainda quer
essa mulher
que não sente a sua falta
e quando você chega em casa
ela não sente a sua presença
ela tem um travesseiro mais macio
do que o seu braço
e um acolchoado muito mais
quente que o seu abraço
ela quer viver sozinha
sem a sua companhia
e você ainda quer
essa mulher

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Retrocesso!

Vivemos no país da impunidade, isso é fato.
Centenas de pessoas, a cada minuto, têm seus pertences e, no pior dos casos, seus entes queridos, arrancados, usurpados de si, do mundo.
E quem teve a graça de até hoje não ter passado por algo assim deve se considerar um sortudo dos bons ou até mesmo uma espécie de ET.

Na maioria das vezes os causadores de tantos males permanecem aí, soltos, impunes.
A Lei dos Homens, criada para proteger, fazer 'Justiça', a cada dia anda literalmente mais cega, o que nos faz pensar que a madame carregando a balança na mão não passa de uma grandessíssima cínica, sonsa ou absoluta incompetente.

Agora vc imagina que se para crimes graves desse tipo, grande parte das vezes não há reparo ou punição adequada, quanto mais aos delitos 'não visíveis', inexistentes no Código Penal, os quais nós mulheres por vezes sofremos!
Crimes estes habituais, ainda que não convencionais, cometidos por criaturas a quem nos entregamos e confiamos, com quem compartilhamos sonhos, vivemos como parceiras fiéis, dividimos nosso prato e nossa cama, demos colo e apoio (e dinheiro inclusive), sempre ali ao lado, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença...até que um belo dia, às vezes no susto mesmo, sem pistas ou anúncio, o meliante (até então fantasiado de homem-decente-companheiro-de-vida) se desmascara e nos arranca (tenta arrancar) tudo que temos, desde nossa dignidade e auto-estima até metade do nosso apartamento.
Para isso então é que parece não haver mesmo a dita cuja da Justiça!

E saem por aí os cretinos, caminhando pelo mundo, impunemente, de espírito leve, coração e braguilha abertos, estampando felicidade e novas mulheres nos orkuts da vida(pobres delas, futuras vítimas tb, pois não sabem o que as espera) enquanto ficamos aqui, como besouros cegos cambaleantes em terreno inóspito e desconhecido...morcegos fêmeas, abatidas por moleques que sacodem varas de bambu na escuridão, nos atraindo e então nos golpeando a cara.
E passamos dias sempre nublados e noites não dormidas, amargando a injustiça, tentando engolir o choro e o 'sapo-boi' que não desce...na casa dos nossos pais ou de algum amigo...ou então na própria casa, posta à venda, desfalcada de móveis e afeto...assistindo a poeira juntar nos cantos...a samambaia retrô da janela a definhar perdendo as folhas que se acumulam no chão (e num breve delírio poético imaginar que nada mudou e é apenas outono na sala )...
Mulheres nós, antes apaixonadas, agora perdidas em meio a um limbo, entre dois mundos, um para o qual não conseguimos voltar e outro para onde não sabemos como ir, como Karol Anne (a pequena "Carolaine" de Poltergeist), que foi abduzida, sugada para dentro do armário do quarto certa noite e depois ficou lá ninguém sabe onde, sem entender porra nenhuma, ouvindo ora um povo gritar alucinadamente pra ela ir para a luz, ora pra se afastar da merda da luz!
E a garota lá, perdidinha!!!

E não me venham falando que esses abusos absurdos não são provocados só por homens não e tal e blá, blá, blá!
Existe mulher safada sim, mas juntem aí a quantidade de historinhas desse tipo que vcs já ouviram ou testemunharam e me digam se em 98% delas não foi a mulher quem se estrepou lindamente!
Sorry, mas na grande maioria das vezes o agente causador de todo mau e dano é um bastardo do sexo masculino, sem honra nem consideração, sim!

Eu sugiro então um retrocesso.
Na Idade Média, aos criminosos que não era cabida a pena de morte ou àqueles acusados de delitos morais ou falha de caráter, reservava-se outra forma de punição, um modo a fazer com que estes indivíduos não saíssem ilesos e nunca se esquecessem de seu pecado.
Eram marcados a ferro quente no ombro com símbolos reconhecíveis pela comunidade, forma também de avisar as pessoas da espécie de gente que se tratavam.

Façamos isso daqui por diante, mulheres!
A próxima vez que detectarmos um canalha, este haverá de ser marcado a ferro (na cama durante o sono é uma excelente oportunidade), de forma a alertar as outras de sua condição de pulha escroto e enganador!

Assim poderemos seguir adiante com mais dignidade!
E talvez não perder a fé...nem deixar calar "A Pergunta" que, por mais que se tenha o coração partido e a paixão destroçada, continua a ecoar dentro do peito e da cabeça, ainda que não se queira...

Deixo Cat Power verbalizá-la através de sua meiga e bela voz...


Where is my love
Where is my love
Horses galloping
Bring him to me

Where is my love
Where is my love
Horses running free
Carrying you and me

Where is my love
Where is my love
Safe and warm
So close to me
In my arms
Finally

There is my love
There is my love
Horses galloping
Bring him in to me

Where is my love
Where is my love

domingo, 24 de maio de 2009

Alegria, muita alegria e amor, hahahaha

Hoje acordei com muita vontade de cantar essa música. Amo Sidney Magal! Amo dançar essa música performática!

Vamos lá... O meu sangue ferve por você!!!!

Teu, todo teu
Minha, toda minha
Juntos, essa noite
Quero te dar todo meu amor

Toda, Minha vida
(siiiiimm)
Eu, te procurei
(nanananana)
Hoje, sou feliz,
com você que é tudo o que sonhei

Ohhhh, eu te amo
Ohhhh, eu te amo meu amor
Ohhhh, eu te amo
O meu sangue ferve por você

Você me enlouquece
Você é o que quero
eu sou, prisioneiro
Prisioneiro desse seu amor

Toda, Minha vida
(sim sim sim sim)
Eu, te procurei
Hoje, sou feliz, com você que é tudo o que sonhei

Beijos,
Layla T.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Tocobina

Layla escreveu aqui sobre o tocobina, que é quando a pessoa olha o celular, vê quem é e não atende. Disse que isso é muita rejeição.

Será mesmo essa a única possibilidade para uma ligação não atendida? Gente, por favor, a pessoa do outro lado pode estar longe do aparelho, ou ter deixado o treco em algum lugar que não é onde ela está, pode estar ocupada, em outra ligação, tomando banho, qualquer coisa. Pode simplesmente não ter ouvido o celular tocar ou vibrar. Por que encarar logo como uma forma de rejeição?

Vamos deixar de achar que tudo que o outro faz tem um objetivo específico de nos atingir de alguma forma? Esse posicionamento é autocentrado demais, mocinhas, chega a ser egocêntrico!

Helloooooo, meninas! Chega de mania de perseguição!

É triste, mas é assim


Homem não sabe tratar mulher. Ponto. É triste, mas é assim. Homem não entende nossas necessidades, nossas carências, nossos desejos. O resultado: mulheres frustradas por causa dessas manifestações, não de desafeto ou recusa, mas de incompreensão. Essas histórias de ‘toco’, ‘tocobina’ nada mais são do que exemplos claríssimos do que digo.
Por outro lado, não se pode negar que existe mulher pegajosa, grudenta, que telefona trinta vezes por dia e quer ser bem tratada em cada ligação. Sei o que é isso, e dou razão aos carinhas que não atendem aos reiterados – e geralmente enfadonhos – telefonemas de mulher-chiclete. Sem falar na mulher-cerca, aquela que fica te rodeando em todo lugar. Parece que te segue e fica à espreita do momento (sempre importuno) de te abordar. Isso é péssimo, péssimo, acreditem. Nunca façam isso, se não quiserem ser rejeitadas.
Ademais, não se deve esquecer, é claro, uma razão singela que muitas vezes explica a repulsa e o desprezo do homem pela mulher: ele simplesmente não gosta dela. É triste, mas é assim. A propósito, recomendo um livro que pode esclarecer muitas questões em torno desse assunto. Trata-se de Ele simplesmente não está a fim de você – entenda os homens sem desculpa, best-seller de Greg Behrendt & Liz Tuccillo (vejam a capa ilustrando este post). Deixo essa indicação porque sei que algumas coleguinhas são chegadas em literatura. Aliás, como certamente nossas leitoras também gostam de bons livros, sempre que possível postarei algumas dicas de leitura, aconselhando títulos que, de alguma forma, fizeram de mim uma mulher melhor.
Um beijo no coração.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Que coisa!

Ai gente, tão ruim quanto toco é levar tocobina. O sujeito olha o celular, vê seu número e não te atende. É muita rejeição, né não?
Assim fica difícil manter a máxima...