Picadinho de Macho Sandra de Sá Vamos deixar esses caras de quatro Mostrar que esses ratos não passam de patos Espalhar que eles andam caídos Rotos e gastos como velhas galochas Vamos dizer que são bichas, brochas São uns vendidos, uns bolhas, um saco! Malhar o Judas, vou lá capar o macho Que a meta é se vingar Malhar o Judas, vou lá capar o macho Sangue e salada no almoço e jantar São uns bolas, caretas, xaropes Tá pronto o barraco Vamos armar picadinho de macho Eu acho que não dá pra escapar Porque nós vamos pegar pra capar Vamos cobrar, e não vai ser barato Fazer esses trapos de gato e sapato Exibir como ficam perdidos Sem nós, mulheres, pra tomar conta deles Vamos dizer que são rudes e reles Sub-dalas, trouxas, oh mala! Metidinhos, marrecas, capachos Tá temperado o picadinho de macho Ah... Sentiu a pressão, malandro?
Não à toa aquele velho amor voltou a atormentá-la. Ou melhor, voltou a rondar sua cabeça, a persegui-la nas ruas, quando vê seu rosto em todas as pessoas. Seu amor nunca foi embora. Nem com todas as palavras duras, com todos os telefones desligados, os e-mails não respondidos, nem assim ela deixou de amá-lo. Um só dia. Nem assim. Uma mágoa gigante foi crescendo, uma dor profunda se acumulou no peito, mas o amor se recusou a ir. Simplesmente ir. E volta e meia ele está ali. Talvez pela força do início, pela cumplicidade, pelos corpos que não desgrudavam, pelas brincadeiras que só os dois entendiam... Só assim. Mas ninguém ama sozinha a vida toda. Em algum momento desse longo caminho esse elo será perdido. Saudavelmente desfeito. Para que ela se reencontre inteira. Aí sim.